domingo, 29 de maio de 2011

Trinta anos depois



Já aconteceu de você, ao olhar pessoas da sua idade, pensar: não posso estar assim tão velho(a)? Veja o que conta uma amiga: 

- Estava sentada na sala de espera para a minha primeira consulta com um novo dentista, quando observei que o seu diploma estava dependurado na parede.
Estava escrito o seu nome e, de repente, pelo nome, recordei de um moreno alto e bonitão. Era da minha classe do colegial, uns 30 anos atrás, e eu me perguntava: poderia ser o mesmo rapaz por quem eu tinha me apaixonado à época ? Eu o adorava.
Quando entrei na sala de atendimento e a secretária me colocou na cadeira, imediatamente afastei esse pensamento do meu espírito. Esse homem grisalho, quase calvo, gordo, com um rosto marcado, profundamente enrugado, era demasiadamente velho pra ter sido o meu amor secreto. A minha paixão.
Depois que ele examinou meus dentes, perguntei-lhe se ele estudou no Colégio Sacré Coeur.
- Sim, respondeu-me.
- Quando se formou? perguntei.
- 1965 . Por que esta pergunta?
- É que... bem... você era da minha classe, eu exclamei.
E então aquele velho horrível, babaca, cretino, careca, barrigudo, flácido, filho de uma puta, lazarento, me perguntou:
- A senhora era professora de quê?

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