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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Aprenda a tomar cerveja
domingo, 12 de fevereiro de 2012
sábado, 11 de fevereiro de 2012
Notícias do mundo pós-capitalista
A esquerda está eufórica com a crise da Europa. Os mais animados acreditam que o capitalismo finalmente está ruindo. Foi o que se viu no Fórum Social Mundial, a tradicional festa do oprimido em Porto Alegre. Entre os discursos exaltando o triunfo da ruína, destacou-se o da presidente Dilma Rousseff: “A América Latina provou que um outro mundo é possível!”, declamou, citando o tema do evento. Delírio geral. Só faltou um intérprete para explicar que outro mundo é esse.
Uma boa pista é examinar quem são os aliados latino-americanos do governo Dilma. Entre os principais estão a Venezuela de Hugo Chávez, a Argentina de Cristina Kirchner e Cuba de Raúl e Fidel Castro. De fato, são todos personagens do outro mundo. E como seria essa grande alternativa ao capitalismo do mundo que está acabando?
Se o modelo for o próprio Brasil, algumas dúvidas se colocam. O novo sistema se financiaria só com a ditadura chinesa? Substituiria o investimento direto do capital ocidental (que morrerá) por negócios com parceiros do outro mundo, como Irã e Síria? Quais seriam as garantias fundadoras dessa nova civilização, além do populismo, da bomba atômica e do trabalho escravo?
Quem prestou atenção aos mensageiros do Fórum Social não ficará sem respostas. O assessor para assuntos internacionais de Dilma, Marco Aurélio Garcia, foi didático. Explicou que os países da Zona do Euro só sairão da encruzilhada se adotarem “a solução argentina” – conhecida cientificamente como “calote”. Nesse outro mundo possível, ninguém se aborrecerá demais com a velha mania capitalista de pagar dívidas.
Ao que tudo indica, vem aí uma espécie de Bolsa-Estado, o almoço grátis dos governantes populistas e perdulários. É o que se depreende de outra voz marcante do Fórum de Porto Alegre, o jornalista francês Bernard Cassen. Fundador do Le Monde Diplomatique, o melhor jornal de clichês antiburgueses, Cassen disse que os países europeus em crise podem gastar à vontade. “O problema é de receita”, disse. Ele também poderia ter chamado isso de “solução brasileira” – o esfolamento do contribuinte para bancar a farra estatal.
Como a Europa não tem Dnit nem Dnocs, daria até sobra de caixa.
Mas não seria arriscado para países quase quebrados continuar gastando sem cortes? De jeito nenhum. Segundo Marco Aurélio Garcia, os números do perigo são forjados – uma nova forma de “golpe de Estado” aplicado “através das agências de classificação de risco”. Só mesmo o Fórum Social Mundial para denunciar essa grande conspiração contra a bondade estatal sem limites.
Nesse outro mundo possível, ninguém se aborrecerá com a velha mania capitalista de pagar dívidas
Depois de saudada em Porto Alegre por essa gente do outro mundo, Dilma Rousseff, coerente, foi para Cuba. O único contratempo na doce sinfonia bolivariana é que, na ilha de Fidel, a bondade estatal prende e arrebenta (como diria o general Figueiredo). Mas, se a ditadura cubana não respeita os direitos humanos, e se não fica bem para uma líder de esquerda compactuar com isso, Dilma encontrou uma saída do outro mundo: denunciou os direitos humanos de direita.
“Não é possível fazer da política de direitos humanos só uma arma de combate político ideológico”, afirmou a presidente em Cuba. Tradução para o português: falar de direitos humanos em Cuba é servir ao imperialismo ianque. Assim, Dilma inaugurou os direitos humanos relativos.
E saiu relativizando, sem perdão: por que falar da barbárie de Fidel, se existe a barbárie de Guantánamo (o cárcere americano na ilha)? Uma lógica impecável, que inclusive limpa a barra de sanguinários como Joseph Stálin. Por que falar do genocídio stalinista, se Hitler também barbarizou do outro lado?
Impossível não notar quem Dilma levou a Cuba para assessorá-la sobre direitos humanos: ele mesmo, o consultor Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento nas horas vagas. Foi convocado porque a ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, está no Detran aprendendo a não estacionar em local proibido. Mas o contribuinte não precisa se preocupar: Pimentel é caro, mas para Dilma a consultoria sai de graça.
E para quem ainda tem dúvidas se esse outro mundo é possível, basta olhar no YouTube a filha de Hugo Chávez exibindo um leque de dólares, moeda rara na Venezuela. Com a esquerda S.A. no poder, nada é impossível.
Fonte: Revista Época
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
domingo, 5 de fevereiro de 2012
No país em que bolsa-bandido é maior do que o salário mínimo, filho de infrator terá vaga garantida em creche
No país em que bolsa-bandido é maior do que o salário mínimo,
filho de infrator terá vaga garantida em creche — privilégio de que não dispõe o filho do homem honesto
No dia 11 deste mês, escrevi um texto sobre o “auxílio-bandido”: o governo paga a famílias de detentos um SALÁRIO que passou a ser de R$ 915,05 em janeiro. Um desses blogueiros vagabundos, sustentados pelo Partido Oficial, escreveu que eu atribuí tal iniciativa ao PT. Como todo mamador de dinheiro oficial, é um delinqüente mentiroso. No meu texto, como vocês poderão conferir, fui explícito: “O “auxílio-reclusão” — ou ‘auxílio-bandido’, como queiram - está previsto no Artigo 201 da Constituição”. O PT não inventou tudo o que há de ruim no Brasil. A relação é outra. Desde que é governo, quase tudo o que foi criado de ruim é obra do PT. Entenderam?
O salário mínimo no país é de R$ 622. SE ALGUÉM TIVER UMA BOA EXPLICAÇÃO para que o trabalhador honesto, ou sua família, não tenha garantidos os R$ 915, mas a família do criminoso, sim, que mande para este blog. Admitindo a imoralidade essencial, que consiste em estatizar a família do criminoso — que já vai dar gasto à sociedade —, pergunto se não avança para o terreno do escárnio o fato de o “salário mínimo” do crime ser 47,1% superior àquele pago ao não-delinqüente. Qual é a lógica? “Você resolveu ser criminoso, meu bom homem? O Estado cuida de você com mais denodo do que daquele idiota que decidiu ser honesto”.
A canalha que vive torrando a minha paciência se dizendo defensora dos “direitos humanos”, tivesse um mínimo de vergonha na cara, tentaria explicar essa lógica em vez de ficar me chamando de “reacionário”. Reacionário, em qualquer tempo, é justificar o crime e privilegiar os criminosos. Sigamos.
Anteontem, por intermédio de lei, o governo federal instituiu o Sinase (Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo), disciplinando as chamadas “medidas socioeducativas” para adolescentes infratores. O objetivo da lei é garantir os direitos básicos dos infratores. Certo! Até aí, tudo bem. Seguindo o bordão politicamente correto dos nefelibatas, o objetivo seria tirar o foco das punições, para concentrá-lo nas ações “socioeducativas”.
O adolescente internado agora também terá direito a visita íntima. Severo, o estado brasileiro vai exigir que ele comprove o casamento ou a união estável… Que grande dificuldade, não? Como é praxe nesses casos, o Estado fornece o motel (a unidade de internação) e a camisinha (na hipótese de que seja usada).
Mas não pára por aí. Se o dito infrator for pai, seu filho terá ACESSO GARANTINDO a creche ou pré-escola. Criou-se a “cota filho de bandido”. Imaginem a seguinte situação: a creche X está com todas as vagas preenchidas — e sempre estará porque há déficit de no Brasil inteiro. Terá de admitir o filho do “companheiro infrator”. Das duas, uma: a) ou abre uma vaga suplementar ou b) põe na rua o filho de um não-bandido. Note-se que, na hipótese “a”, isso jamais se faria para beneficiar o homem comum. Que bom! O menor infrator com direito a uma cadáver — e a fazer órfãos sem direito a creche garantida — tem mais um privilégio.
Isso é fruto de uma guerrilha moral que foi sendo travada pelos esquerdopatas ao longo dos anos, segundo a qual todos nós devemos aos bandidos. Eles é que seriam os nossos credores. Eles nos ameçam, molestam ou matam, mas a culpa é nossa — dos esquerdistas, não, porque eles têm “consciência social”. Não fôssemos tão maus e perversos, eles seriam pessoas boas. Como somos quem somos, eles resolveram cometer crimes. Então nós lhes devemos favores.
Como é que essas coisas prosperam por aqui? Prosperam por causa da COVARDIA DOS PARTIDOS QUE NÃO SÃO DE ESQUERDA. Notem que vocês não vêem forças políticas contestando esse tipo de coisa. Ao contrário: no poder, adversários dos petistas entram numa espécie de campeonato da generosidade. É assim que se reduz o crime? Não é!
Esse é o ciclo perverso do “Pavlov às avessas”, da recompensa a quem transgride. Como informa a VEJA desta semana, os EUA contornaram o flagelo do crack — existe, sim, por lá, mas não com as características que assumiu aqui, com o consumo aberto, nas ruas — reprimindo severamente o tráfico e o consumo, detendo os usuários, menores ou não, e lhes dando a chance de optar entre a adesão a um programa de recuperação e a punição. COMO SE NOTA, O BRASIL FAZ O CONTRÁRIO. Vejam o caso da cracolândia, em São Paulo. Mesmo os que não aderiram à delinqüência politicamente correta, que via na região uma nova República de Platão (seria preciso expulsar os “poetas” das ONGs), vão até o discurso da “medicalização” apenas. Faz-se conta que consumir a droga é prejudicial, mas não ilícito.
Não é de se espantar que o país tenha uma das mais altas taxas de homicídios por 100 mil habitantes no mundo e seja, entre os países em que é possível fazer o levantamento, aquele que mais mata em números absolutos: mais de 50 mil homicídios por ano. Não há guerra que mate tanto.
Pessoas sensatas vêem prosperar esses absurdos, mas se calam com receio da patrulha. Os vigaristas morais e ideológicos que defendem esses pontos de vista se negam a debater a questão. Preferem cair na adjetivação e na desqualificação dos críticos. Seriam “fascistas”, “reacionários”, “desumanos” etc. E não têm a dignidade mínima de explicar por que o indivíduo que delinqüiu — A MINORIA — há de ter mais benefícios do estado do que o que não delinqüiu.
“Como você ousa dizer isso? As cadeias brasileiras são um verdadeiro inferno”. Algumas são mesmo! Outras, comparadas com o padrão de vida do brasileiro pobre, são um paraíso. E eu defendo, com energia, que todas sejam dignas. É preciso haver melhora dentro e fora das prisões. Isso é o óbvio. O que não é óbvio é o estado ser babá de transgressor.
Para encerrar: notem que essas questões não vão parar em debates e programas eleitorais porque os que discordam dessas barbaridades têm medo da patrulha politicamente correta exercida por jornais e televisões. Tornam-se todos reféns da “boa consciência” dos patrulheiros e ignoram o eleitor.
Por Reinaldo Azevedo
(http://veja.abril.com.br/
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